Mariposa





— São mariposas, não borboletas.
Ele abriu a mão para que o inseto pudesse pousar sobre a palma. As asas encostaram sobre polegar e depois sentiu as pequenas patas caminhando até silenciar sob a pequenina mão. As luzes estavam apagadas e somente o brilho do luar iluminava os rapazes sentados um ao lado do outro.
— E qual a diferença?
O menor suspirou e sacudiu levemente o inseto para que este pudesse retornar ao seu vôo noturno. Mirou sobre os olhos do outro, mesmo naquela escuridão, e soltou leves sussurros de seus lábios, como se estivesse segredando ao outro.
— Elas são criaturas noturnas. Borboletas aparecem de dia. - Esticou o braço em direção a lua. — Mariposas são seres noturnos, porém se sentem atraídos pela luz. 
Silêncio.
Outra mariposa pousou sobre o ombro. O alto da colina parecia ser o ponto de partida para mariposas cansadas que não tinham força de vontade para buscar a luz.
— São seres que vivem no escuro e sempre procuram uma oportunidade para ir até a luz. - O amigo concluiu após a explicação do outro. — Talvez eu entenda o porquê você me trouxe até aqui. 
— Não vá pensar que você é uma mariposa. 
— Talvez eu tenha tantas treva dentro de mim. - Ignorou a fala do outro. — E você seja a minha luz.
O outro nada disse. 
Ah, se ele soubesse que era praticamente o contrário.

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