Dói




Dói tanto, tanto. Ela pensou enquanto colocava os curativos sobre os machucados no joelho. Claro que sabia que não poderia correr sobre aquela calçada com pedrarias que preenchia cada pedaço da mesma, mas não havia outro caminho a recorrer, não... o outro ela longo demais, e ela estava cansa demais para cruzar mais uma rua na escuridão da noite.
Apressada, correu e claro, tropeçou entre pedras afidas e pontudas demais para serem deixadas ali em uma noite tão escura. As mãos, que protegeram o rosto, foram perfuradas tão forte que ela podia sentir que havia pedrinhas e ciscos ali presos, circulando por seu sangue. Latejava até mesmo enquanto ela ajeitava o curativo sobre o joelho repleto de hematomas.
Ela podia ser considerada a garota mais estabanada e que aquele tombo poderia ser evitado, mas ela não se daria ao luxo de contornar a rua e chegar em casa sã e salva, sem machucado algum. Era como se precisasse daqueles machucados, como se precisasse daquela dor para esquecer aquilo que a corróia por dentro.
Ela precisava daqueles machucados para lembrar que estava viva.

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